Quando o lobo atropelou o arqueiro


Chegou 2003 e eu ainda escrevendo páginas e páginas da saga da Caverna... Estava mais do que na hora de pensar em outros projetos, certo? "Há autores de uma história só, como vc", me disse uma vez o Silvio Alexandre. Mas eu não queria ser autora de uma história só, entende? Havia muitas outras coisas pra contar.
Então, em julho daquele ano, tomei a decisão drástica. Interrompi a saga no livro 6 para apostar em um novo projeto, Lobo Alpha. Vc acredita que eu fiquei arrasada com essa decisão? Chorei pra caramba! Foi como perder alguém muito querido, muito próximo. Mesmo assim, segui em frente.
O Lobo me levou a trabalhar outro universo, bem diferente do universo da Caverna. Como ponto de partida, utilizei alguns personagens batizados pelo desenhista Bar: Amy, Wolfang, Wulfmayer, Cannish e Blöter. Como diferencial, misturei texto e roteiro de HQ.
Assim que veio o ponto final, começou a longa trajetória em busca de editora. Em 2004, li uma reportagem no Caderno 2 sobre o selo Jovens Leitores, da Rocco, que estava começando a apostar em autores nacionais. Na mesma semana, enviei o Lobo!
A ansiedade durou praticamente um ano. Numa sexta, dia 25 de maio de 2005, recebi um e-mail da gerente editorial Ana Martins, dizendo: "Oi, Helena, Lobo Alpha é muito bom. Vamos publicá-lo." Alegria pura!!!
Nesta mesma época, minha amiga, a escritora Viviane Pereira (com quem publiquei, em 1997, o livro de não-ficção Memórias da Hotelaria Santista, também em parceria com o grande pesquisador Laire José Giraud), me indicou uma agente literária, a Alessandra Pires. Foi a Alê quem cuidou do contrato com a Rocco e, desde então, cuida de todos os meus contratos, distratos e afins.

Comentários

Postagens mais visitadas